3 de fevereiro de 2017

Aumenta contribuição dos setores para arrecadação tributária federal

Enquanto em 2015, somente nove atividades tiveram elevação de receita, no ano passado, 24 registraram recuperação. Para especialistas, dados sinalizam pequena retomada da economia.

Dados da arrecadação federal de 80 atividades econômicas sinalizam para uma pequena retomada da economia. Enquanto em 2015 somente nove setores apresentaram alta de receita, em 2016, este número aumentou para 24.

As informações foram consolidadas pelo DCI a partir da base de dados da Receita Federal. Das 24 atividades cuja arrecadação de tributos federais expandiu em 2016, nove estão crescendo desde 2015 e 15 recuperaram receita no ano passado. No primeiro grupo estão, por exemplo, as atividades de atenção à saúde humana que, após avançarem 4,3% em 2015, em termos reais (correção inflacionária), geraram mais 10,5% de receita tributária em 2016, alcançando R$ 15 bilhões. Já as atividades de serviços financeiros cresceram 6,5% no ano passado, para R$ 153 bilhões, ante alta de 2,5% em 2015.

Os serviços de educação e a pesquisa científica, por sua vez, avançaram 2,6% e 5,7% em 2016, para R$ 19 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente, enquanto em 2015, essas altas foram de 1,24% e 1,71%.

Reversão

Já algumas das atividades que estavam caindo em 2015, mas que recuperaram receita no ano passado, foram os serviços de escritório (+3,5%, para R$ 21 bilhões); fabricação de produtos químicos (+1,5%, para R$ 19 bilhões); fabricação de produtos alimentícios (+2,7%, para R$ 13 bilhões; atividades jurídicas e de contabilidade (+5,2%, para R$ 6,2 bilhões); publicidade e pesquisa de mercado (+3,4%, para R$ 3,5 bilhões), entre outras.

Na avaliação do professor de economia da Fundação Instituto de Administração (FIA) Rodolfo Olivo, esses dados mostram que uma recuperação na economia do País já começa a acontecer.

“As atividades que tiveram alguma reação em 2016 são, geralmente, ligadas a empresas de consumo e serviços. O processo é este mesmo. Quando há uma recuperação, são esses os setores que se movimentam, pois eles começam a utilizar a capacidade instalada já existente para prestar um serviço, por exemplo”, comenta.

“No entanto, para essas empresas demandarem novos produtos da indústria pesada elas têm que atingir o máximo da sua capacidade, o que ainda demora a acontecer. É por isso que as indústrias de metalurgia e máquinas e equipamentos estão em queda”, complementa Olivo.

Os dois últimos setores citados pelo professor da FIA estão no grupo das 26 atividades econômicas que aceleraram queda na passagem de 2015 para 2016. A metalurgia despencou 35%, em termos reais, em 2016, gerando receita tributária de R$ 6 bilhões, enquanto em 2015 havia recuado 29%. Já a fabricação de máquinas e equipamentos caiu 18% no ano passado, somando R$ 7 bilhões, ante queda de 7% registrada no ano de 2015.

Para o professor de economia Fipecafi Silvio Paixão a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil também não terá um grande impulso neste ano. “Se a economia ficar no zero a zero já será um ganho. As pessoas podem até aumentar o seu consumo, mas este será bem mais cuidadoso e criterioso do que antes”, diz.

O professor acrescenta que o avanço no setor de educação revela uma maior preocupação das pessoas em se qualificar para conseguir um posto no mercado de trabalho frente à alta taxa de desemprego. Já sobre o crescimento da receita tributária oriunda do setor de saúde, Silvio argumenta que o aumento acima da inflação dos preços dos planos de saúde e o crescimento de serviços populares podem ter contribuído para um avanço na arrecadação do segmento.

Fonte: DCI

 

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