6 de setembro de 2005

Entidades fazem hoje protesto silencioso no centro de São Paulo

Entidades civis de São Paulo, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as Associações dos Magistrados e do Ministério Público e centrais sindicais ligadas à Força Sindical promovem hoje uma manifestação pública contra a corrupção. Para dar caráter suprapartidário e atrair público, os organizadores propuseram que o ato seja todo feito em silêncio, com carros de som transmitindo apenas os hinos da Independência e Nacional e a leitura de um manifesto elaborado por mais de 40 entidades.
“As pessoas estão esgotadas de falatórios, discursos. Essa é uma oportunidade de demonstrar indignação de outra forma”, explicou o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos. “Vamos mostrar a atitude de indignação, mas sem a necessidade do lugar comum do discurso. Chega de blablablá. Agora é atitude, e atitude é ir às ruas. Não precisa dar a palavra a ninguém”, disse o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, que espera fazer da manifestação um marco. “Aquela idéia de pizza, a alternativa de proteger um ou outro, isso nós estamos atentos. Se necessário, agiremos não só com atitude nas ruas mas com medidas judiciais.”


A manifestação foi denominada “Grito do Silêncio”. Prevê concentração na Praça da Sé, às 10 horas, seguida de passeata até o Teatro Municipal, com parada no “impostômetro” – painel eletrônico que informa quanto União, Estados e Municípios arrecadam de impostos. Fica na Rua Boa Vista.


Entre os políticos que confirmaram presença, estão os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Julio Semeghini (PSDB-SP), Yeda Crusius (PSDB-RS) e Rafael Guerra (PSDB-MG); os presidentes do PPS, deputado Roberto Freire, e o do PDT, Carlos Lupi, além do senador do Distrito Federal Cristovam Buarque, que já anunciou sua saída do PT.


“O Congresso sozinho não fará nenhuma mudança radical”, disse o deputado Guerra. “A perda (com a corrupção) é maior que a financeira, é de valores éticos e de referências.” Ele comentou que prepara outra manifestação, em Brasília, para o fim do mês. “No dia 20, cantaremos o Hino Nacional na frente do Congresso e partiremos para o Palácio do Planalto, para devolver a lama que veio de lá.”


ORGANIZAÇÃO


Responsável pela organização, do protesto, a Força fornecerá cinco carros de som e 300 ônibus para levar trabalhadores. Em agosto, a Força fez dois atos e distribuiu 1,5 milhão de panfletos e 50 mil cartazes para divulgar a manifestação de hoje.


“Ninguém vai falar nada. Eles (políticos) sabem que estão vindo para uma manifestação na qual não se pode falar. Os carros de som serão usados para apresentar as autoridades e orientar as pessoas”, prometeu o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.


 

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