Sendo Blumenau uma cidade que congrega junto com o Vale do Itajaí cerca de 3,3 mil empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), é fundamental que o poder público aja em direção a isso, permitindo cada vez mais o uso das tecnologias disponíveis para redução dos custos nas empresas. A região é a segunda maior força catarinense na área de TIC.

De acordo com dados do projeto Indústria 2027, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 1,6% das 759 empresas brasileiras pesquisadas declarou ter sistemas integrados, fábricas conectadas e processos inteligentes. Nesse contexto, as inovações tecnológicas também possibilitam a melhoria da competitividade dos produtos e serviços produzidos a fim de gerar, desta forma, novos empregos e contribuir para o bem-estar da população local.

A adoção de tecnologias para conectar as várias etapas produtivas – a chamada Indústria 4.0 – pode gerar um corte de custos de aproximadamente R$ 73 bilhões por ano no Brasil, segundo os números da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Como exemplo de tecnologias ainda não adotadas em solo blumenauense, mas amplamente utilizadas em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, podem-se citar dois casos muito simples, nos quais estamos trabalhando em padrão semelhante ao do século passado.

Um deles é o modelo de cobrança da Área Azul, que pode ser plenamente automatizado, reduzindo os custos de operação. Nesse sentido, a tecnologia automatizada poderia ajudar na identificação de irregularidades no uso das vagas, na criação de aplicativo para informar vagas disponíveis em tempo real e na diversificação das formas de pagamento.

Já o segundo é o fato de ainda não se utilizar novos formatos de cobrança para as tarifas do transporte público. Situação esta que causa um forte impacto no bolso do cidadão blumenauense. Além disso, penaliza todos os usuários com o alto custo da operação desencadeado pela não instalação das catracas eletrônicas.

Com a implantação desse tipo de controle de acesso, haveria uma automatização maior do sistema, o que levaria consequentemente à queda nos gastos operacionais e ao aumento dos ganhos de eficiência.

Presidente do Sescon Blumenau Nelson José Mohr

Foto: Prefeitura de Blumenau