26 de novembro de 2018

Paulo Guedes quer diminuir carga tributária para 25% em 10 anos

Durante as reuniões da equipe de transição, ao mesmo tempo que os objetivos do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, agradam aos empresários, causam incerteza sobre a possibilidade de concretização. A intenção dele de conseguir zerar o deficit fiscal do Brasil em um ano e diminuir para 25% a carga tributária em 10 anos divide economistas.

Se de um lado, alguns veem a tarefa como quase impossível — na melhor das hipóteses, as projeções apontam que o rombo nas contas públicas só termina em 2022 —, há quem aplauda o empenho de “arriscar para mais” e acelerar o ajuste fiscal, que está sendo feito de forma gradual.

Paulo Guedes já negou publicamente que vai aumentar impostos. A área econômica vai ter de se empenhar para reduzir ainda mais os gastos, mirando nas despesas obrigatórias, cuja revisão precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional. A principal medida é a reforma da Previdência, já que os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) consomem mais de 50% do Orçamento federal.

O controle das contas públicas é um dos anseios dos investidores e empresários, assim como defendem que é preciso ter um ambiente mais favorável para o empreendedorismo. Nas reuniões que tiveram com Guedes, agentes do setor produtivo saíram satisfeitos com a agenda proposta pelo economista. A reforma tributária é outra queridinha do mercado. O tema foi bastante discutido nesta semana no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorrem as reuniões do governo de transição.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que é relator do atual projeto de reforma tributária em tramitação no Congresso, conversou com Guedes sobre uma eventual aprovação do texto ainda neste ano, o que incluiria a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que eliminaria vários tipos de tributos, como Cofins, Imposto sobre Produção Industrial (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS).

O economista Marcos Cintra, um dos integrantes da equipe de transição, já se posicionou de forma contrária ao IVA. Hauly destacou, porém, que está em discussão com a área técnica do futuro governo. “Acabamos de bater o martelo que vamos reunir as equipes técnicas para consolidar o texto”, disse o deputado. Sobre a possibilidade de um imposto sobre movimentação financeira, o parlamentar ressaltou que não está descartado.

Fonte: Correio Braziliense

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