4 de fevereiro de 2015
Feriados ao longo de 2015 vão gerar perdas de R$ 15 bi ao varejo
Queda do movimento nas lojas e custos com diária de funcionários afetam lucratividade, diz Confederação Nacional do Comércio
Os dez feriados integrais em dias de semana, além do meio expediente da Quarta-feira de Cinzas, levarão o comércio brasileiro a amargar uma perda de R$ 15,5 bilhões no faturamento, num ano de desaceleração da economia, juros altos e perda do poder de compra dos consumidores com o aumento da energia elétrica e da gasolina. Os cálculos são da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que reduziu de 3% para 2,4% a estimativa de crescimento da receita nominal do setor para este ano — o mesmo percentual que o varejo alcançou no acumulado de janeiro a novembro de 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Economista da CNC, Fabio Bentes explica que cada feriado implica em uma perda de 10,1% no faturamento médio mensal dos empresários. Em dias normais, o peso médio mensal da folha de pagamento do varejo em relação à receita fica em 9,3%.
“O pagamento dobrado com as diárias dos funcionários e o vazamento de receitas do comércio para o setor de serviços estão por trás dessa perda de lucratividade do varejo”, diz Bentes, salientando que os cálculos consideraram feriados nacionais e estaduais.
“Em casos pontuais, como shoppings, lojistas acabam se beneficiando, em parte, do movimento do feriado pela busca das pessoas por lazer. Mas, em geral, famílias deixam de consumir bens e até comprar alimentos em supermercados, para se alimentar em restaurantes”, acrescenta o economista.
O prejuízo, no entanto, pode ser ainda maior, dependendo da região do país e da atividade. A CNC calcula que São Paulo e Santa Catarina, onde o salário médio do pessoal ocupado no comércio é superior à média nacional — R$ 1.490 em dezembro de 2014 —, tendem a apresentar as maiores perdas relativas na lucratividade mensal.
Entre as atividades, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deixa de lucrar 17,3% em feriados, assim como o setor de informática. Já nas livrarias e papelarias, a perda é de 15%. Nessas áreas, a relação funcionários por estabelecimento ou folha de pagamento por faturamento é maior, o que gera mais pressão nos custos.
Fonte: Brasil Econômico
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