6 de novembro de 2017

Burocracia consome 135 dias de trabalho nas micro e pequenas empresas brasileiras

RIO – Os micro e pequenos empresários brasileiros gastam, em média, 135 dias por ano de trabalho com tarefas administrativas. Isso significa que 6,5% de todo o tempo dos funcionários dessas empresas são empregados nesses afazeres, quase quatro vezes mais que no Canadá (1,7%) e acima de outros emergentes como África do Sul (3,7%). A informação é de pesquisa feita com 11 nações pela consultoria Plum, que ainda apontou o ônus da burocracia para os micro e pequenos empreendedores brasileiros: a perda de produtividade alcança R$ 79,5 bilhões por ano.

A média global de tempo gasto com tarefas burocráticas é de 120 dias, segundo o levantamento, o que equivale a 5% do tempo da mão de obra dos pequenos negócios nos 11 países selecionados. Foram ouvidas 300 empresas de pequeno porte em cada uma das nações pesquisadas.

De acordo com Jorge Santos Carneiro, presidente da Sage Brasil e América Latina — empresa britânica que atua na área de sistemas de gestão empresarial e que encomendou a pesquisa —, embora o número absoluto de dias de trabalho dedicados a processos administrativos chame atenção, é a proporção do tempo gasto que deve servir de parâmetro na comparação entre os países, dado que a participação dos pequenos negócios em cada economia varia bastante.

No Canadá, país que está mais bem colocado no ranking, apenas 1,7% do tempo dos funcionários é gasto com essas tarefas. O bom resultado deve-se não apenas ao fato de que há empresas significativamente menores lá do que em outras economias, como também ao baixo índice de burocracia no país.

A Espanha aparece na pior colocação, com 10,5% do tempo da força de trabalho das micro e pequenas empresas ocupados com afazeres burocráticos. Um dos fatores que pesam nesse resultado é o fato de que 43% das micro e pequenas empresas espanholas não utilizam qualquer tipo de software para auxiliá-las nessas tarefas.

No Brasill, o principal serviço administrativo dos pequenos empreendedores é a contabilidade (21%), seguida pela emissão de faturas (15%) e tarefas operacionais, como recrutamento e recursos humanos (12%).

— O excesso de atividades burocráticas, somado à complexidade da legislação brasileira e à carga tributária são grandes entraves para o crescimento dos negócios desse segmento no país, que é responsável por mais de 50% dos empregos — avalia Carneiro.

Fonte: EXTRA

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