16 de novembro de 2005

Legislação antiquada afasta investidores

O Brasil, diferente de outros países da América Latina e Europa, não exige auditoria estatutária de empresas limitadas de grande porte. A legislação, considerada antiquada por analistas, pode indicar a investidores estrangeiros que o mercado brasileiro ainda carece de transparência. “A base de companhias abertas – e que portanto têm a obrigação de auditar- é pequena, o que sugere um mercado pouco confiável”, analisa o CEO da PricewaterhouseCoopers Brasil e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Gestão Corporativa, Fernando Alves.
Para confirmar a tese, Alves apresentou em palestra promovida pela Amcham, em Porto Alegre, o resultado de uma pesquisa mundial da Price sobre o tema. “Pelo menos 75% dos investidores qualificados dão mais importância a informações não-financeiras sobre as empresas, o que exige ainda mais transparência em suas práticas”, diz.
Ele acredita que as companhias brasileiras já possuem práticas de governança corporativa avançadas. “Até avançadas demais para o mercado de capitais pequeno que temos no Brasil”, avalia. Embora o mercado seja incipiente, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) percebe a necessidade de métodos de governança e criou programas de estímulo às empresas. “Empresas que aderem se diferenciam das concorrentes e criam um ambiente positivo”, garante Alves.
Um dos estímulos que Alves se refere é o Bovespa Mais, um segmento do mercado de balcão organizado administrado pela Bovespa, no qual apenas podem ser listadas companhias abertas com registro na CVM. Conforme a Bovespa, a idéia é “acolher companhias que tenham uma estratégia gradual de acesso ao mercado de capitais, viabilizando sua exposição a esse mercado e apoiando sua evolução em termos de transparência, de ampliação da base de acionistas e de liquidez”. 

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