6 de setembro de 2005

Lei de Falências dá fôlego ao turnaround

Um ramo de atividade promete ganhar corpo no Brasil, com a entrada em vigor da Lei de Falências: o da prestação de serviços de recuperação da gestão empresarial, o chamado turnaround.


Comum em diversos países, trata-se de uma atividade na qual profissionais especializados desenvolvem projetos de recuperação e revitalização de empresas, de modo que elas possam recuperar o equilíbrio financeiro e operacional e voltem a competir e a crescer.


Um dos exemplos de empresa que está no ramo é a Evolve Gestão (http://www.evolvegestao.com.br), aberta por um grupo de executivos com origem comum no mercado financeiro.


Bagagem é o que não falta aos sócios Edson Barbosa de Souza, Lucio de Moura Netto e Roberto Paschoali, que ocuparam cargos de alta direção no Lloyd´s Bank — respectivamente, diretoria de Tesouraria, diretoria Internacional e a presidência.


O desembarque na área se deu naturalmente. Após serem procurados sucessivas vezes por credores de empresas em dificuldade sugerindo que trabalhassem para recuperá-las, os sócios decidirem se juntar e abrir a Evolve.


Diferentemente das consultorias empresariais, essas empresas de gestão não se restringem a elaborar um diagnóstico dos problemas e das possíveis soluções para a companhia em dificuldade.


Elas fazem também a implementação do novo direcionamento estratégico e de toda a reestruturação que se faça necessária. Isso é conduzido na forma de uma gestão interina da empresa ou de uma administração compartilhada. Passado um certo tempo e com os negócios andando por si só, a firma de turnaround se retira da gestão.


Ainda não existem dados sobre o número de consultorias atuando no país com esse tipo de negócio. O certo é que a Lei de Falências, que acabou de entrar em vigor, servirá para impulsionar e engordar o mercado.


Segundo os executivos da Evolve, muitas empresas em dificuldade poderão ser orientadas por seus advogados, credores, consultores, a buscar os profissionais de turnaround.


“A Lei diminui a probabilidade de uma empresa em crise falir, o que é de interesse geral da sociedade. A tendência é que o nosso mercado cresça rapidamente”, afirma Roberto Paschoali, ex-presidente do Lloyd´s Bank e um dos proprietários da Evolve.


Segundo Edson Barbosa de Souza, outro dos sócios, o objetivo é implementar estratégias de desenvolvimento de longo prazo, que abarquem todas as áreas dos clientes, tanto em companhias que estejam em busca de soluções para dificuldades momentâneas como naquelas que buscam um reposicionamento no mercado.


Além de consultorias para explorar o novo filão, estão surgindo instituições de suporte, como é o caso do Instituto Brasileiro de Gestão e Turnaround, o IBGT (http://www.ibgt.com.br/index.php).


Segundo o site da instituição, o IBGT “é a única organização brasileira multidisciplinar, sem fins lucrativos, constituída com a missão de contribuir para a pesquisa, o desenvolvimento, a educação e a disseminação das diferentes técnicas de prevenção e de alternativas de recuperação, salvamento, saneamento, reorganização, reestruturação e de negociações judiciais e extra-judiciais envolvendo empresas atravessando dificuldade, os credores e investidores”.


Como se vê, a Lei das Falências traz ganhos em diversas frentes. Não só abre a porta do recomeço para a empresa que tropeçou, como cria novos filões de negócios, com repercussões, inclusive, no mercado de trabalho.


 

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