2 de fevereiro de 2018

Brasil perde com reforma tributária de Trump, aponta estudo

A reforma tributária de Donald Trump, rebaixando a tributação das empresas de 35% para 21%, aprovada em dezembro pelo Congresso norte-americano, está forçando outros países a também reduzir a tributação sobre o lucro das empresas. Uma espécie de guerra tributária, que vai se espalhando pelo mundo.

O Brasil vai sofrer os efeitos desse movimento. Um estudo realizado pela Ernest & Young para a Confederação Nacional da Indústria mostra que o Brasil, ao lado da Índia, tem a mais alta tributação entre os países do G-20, que reúne as economias avançada e os emergentes.

A Argentina, por exemplo, já reduziu a tributação para 25%. Outros países seguem na mesma direção. França e Japão também já reduziram suas alíquotas.

A reforma fiscal dos Estados Unidos foi mais uma das diversas iniciativas polêmicas de Donald Trump. Reduz o imposto para os mais ricos. O impacto fiscal nos próximos dois anos é estimado em US$1,5 trilhão.

Com a redução da tributação Trump busca tornar mais atrativo o investimento nos Estados Unidos, o que pode fazer com que muitas empresas redirecionem a expansão de seus negócios para lá. O impacto para as empresas será enorme. Somente a Apple deve ter um benefício de US$47 bilhões nos próximos anos.

Os riscos da reforma de Trump não são desprezíveis. A economia americana já em expansão e em pleno emprego. A redução poderia acelerar ainda mais o crescimento, gerando pressões inflacionárias, a ponto de forçar o Banco Central americano a aumentar a taxa de juros. O que seria outro efeito negativo para o Brasil.

O estudo da Ernest & Young mostra que apenas 30 países o mundo têm alíquotas acima de 30%. O presidente da CNI, Robson Andrade, afirma que esse movimento mundial de redução da tributação sobre o lucro das empresas torna ainda mais urgente uma reforma tributária no Brasil.

“Concorrentes nossos já estão reduzido as alíquotas. Se não fizermos a reforma tributária com redução de carga, nossas empresas ficarão ainda menos competitivas”, disse Robson Andrade.

Fonte: G1

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