18 de outubro de 2005
Demanda por cotas do PIBB no varejo supera R$ 1,7 bi
A demanda pelas cotas do Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB) explodiu nos dois últimos dias de captação e o patrimônio dos 22 fundos criados para atender à oferta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu mais de R$ 1,06 bilhão na sexta-feira, fim do prazo de reservas no varejo, segundo cálculos do Valor com base em dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid). Como as estimativas são de que nas compras diretas as corretoras tenham atraído R$ 700 milhões, os pequenos investidores já respondem por quase todo o volume de R$ 1,725 bilhão previsto para a operação global.
O processo de formação de preços e de adesão dos investidores institucionais começou ontem e vai até amanhã. A liquidação da operação está prevista para o dia 25.
Originalmente, o BNDES pretendia distribuir R$ 1 bilhão em cotas, sendo R$ 800 milhões para o varejo. Mas com a exposição do produto na mídia e a forte procura das pessoas físicas, o banco de fomento decidiu lançar mão de um lote adicional. Na semana passada, a oferta foi elevada para R$ 1,725 bilhão, já trazendo a previsão de que a colocação poderia aumentar em mais 35%. Isso significa que, dependendo da demanda dos institucionais, a operação total pode superar os R$ 2,3 bilhões, quase quatro vezes o volume captado na primeira rodada de PIBB, em 2004, de cerca de R$ 600 milhões.
A média diária de captação nos fundos, que vinha num ritmo de R$ 20 milhões desde o início do período de reserva, em 12 de setembro, subiu a R$ 35 milhões em 7 de outubro e saltou a R$ 130 milhões entre quinta e sexta-feiras passadas. A concentração da procura obrigou a Bovespa a retardar para ontem o prazo do envio dos arquivos com as reservas de fundos e corretoras.
No HSBC, essa dinâmica se confirmou. Segundo o diretor de Produtos do HSBC Investments, Leonardo Calixto, a média de captação que, nos primeiros dias era de R$ 2 milhões, na quinta-feira foi a R$ 5 milhões e atingiu R$ 18 milhões na sexta-feira. “Toda a abordagem foi voltada para atrair o varejo, principalmente aquele investidor com menos tolerância para o risco bolsa”, comentou Calixto.
Na ponta do lápis, o tíquete médio no HSBC foi de R$ 27 mil, com R$ 45 milhões no fundo com opção de venda e R$ 3 milhões na carteira sem essa garantia, que foi o principal chamariz para a operação do BNDES.
Com a intenção de incentivar as aplicações pulverizadas e iniciar o pequeno investidor no segmento de renda variável, o BNDES incorporou, desde a primeira oferta de PIBB, um conceito de renda fixa à operação, assegurando a recompra das cotas pelo valor do principal investido durante um período predeterminado. Na atual tranche, o prazo para exercer a opção de venda vai de 26 de outubro a 29 de dezembro de 2006 para aplicações de até R$ 50 mil. O PIBB reproduz o Índice Brasil 50 (IBrX-50), que reúne as 50 ações mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ponderadas pelo valor de mercado.
O BankBoston liderou o ranking de captação em fundos, recebendo R$ 361,1 milhões nas carteiras com e sem opção de venda. O Itaú, que tem o Itaú BBA como um dos coordenadores da oferta junto com o Santander, ficou na segunda posição, com R$ 243,3 milhões. O terceiro posto coube ao Banco do Brasil, com R$ 93,9 milhões captados.
Com o atraso na remessa de dados para a Bovespa, o saldo das corretoras ainda não tinha sido fechado. Entre as pequenas, a Petra atraiu 500 investidores para o PIBB, sendo R$ 5,8 milhões em compras diretas e R$ 579 mil no clube de investimentos, informou o diretor Ricardo Binelli.
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