5 de agosto de 2005

Empregado paga mais imposto que patrão, mostra pesquisa

A mordida dos impostos na renda dos assalariados é duas vezes maior que no faturamento de quem é patrão. A constatação é parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002/2003, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontam também que o fenômeno acontece tanto entre as classes mais ricas quanto nas mais pobres.

O detalhamento da pesquisa, conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que, na média, 9,5% da renda monetária do brasileiro é utilizada para pagar tributos diretos: IPVA, IPTU, Imposto de Renda, CPMF e contribuições trabalhistas, sindicais e previdenciárias.

Segundo matéria publicada nesta segunda-feira na Folha de S.Paulo, a mordida é maior entre os empregados que ocupam a faixa dos 10% mais ricos do País, com rendimento per capita acima de R$ 957,96 ao mês. Os impostos levam 16% destes rendimentos. Os donos de empresas empregadoras, no entanto, pagam apenas 8%.

Entre os 10% mais pobres (renda per capita de até R$ 40,89 ao mês), os trabalhadores pagam 4%, enquanto os patrões entregam apenas 2% de seus rendimentos.

O estudo considera sempre a tributação direta sobre as pessoas físicas, separando as famílias pelo tipo de rendimento predominante e pelas faixas de renda per capita. No caso dos empregadores, não são levados em conta os tributos pagos pela própria empresa (pessoa jurídica).

Outra constatação é que as famílias com maior renda absoluta do País (cerca de R$ 2.700 per capita mensais), cujos recursos vêm predominantemente da venda de ativos e das aplicações de capital, pagam menos imposto direto que boa parte dos assalariados. Famílias com renda média por pessoa de R$ 309 e R$ 129, por exemplo, recolhem 8% e 6%, respectivamente.

Fonte: INVERTIA

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