8 de junho de 2005

Faturamento e emprego crescem nas micro e pequenas empresas

São Paulo – As micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo registraram em abril a maior variação positiva no faturamento real na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da pesquisa mensal de Indicadores Sebrae-SP. Descontada a inflação, as empresas faturaram em abril de 2005 4,8% mais do que no mesmo mês de 2004, o melhor resultado para um mês de abril em termos de faturamento. Indústria, comércio e serviços tiveram alta de 7,4%, 4% e 0,4%, respectivamente.

De acordo com o comunicado distribuído à imprensa pelo Sebrae-SP, o desempenho se deve aos contratos de exportação firmados nos últimos meses, à recuperação do nível de emprego e ao aumento da massa salarial do País. A entidade destacou, porém, que abril de 2004 é uma base de comparação considerada deprimida, já que todo o primeiro semestre do ano passado foi muito fraco para as micro e pequenas empresas em geral.

Na comparação com março, o desempenho de abril apresentou queda de 4,4% no faturamento real. Com exceção do setor de serviços, que teve alta de 1,1%, tanto indústria (- 3,7%) quanto comércio (-7,3%) registraram recuo. Para o Sebrae, isso se deve ao menor número de dias úteis de abril com relação ao mês anterior e também a sinais de desaquecimento na economia, conseqüência dos aumentos promovidos na taxa Selic.

Emprego

Os dados da pesquisa revelam ainda que o nível de emprego das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo registrou alta de 5,3% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o melhor mês de abril para os pequenos negócios com relação a emprego, com a criação de 244 mil vagas. Gastos com salários cresceram 4,5% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Na comparação com março, o crescimento do nível de emprego foi de 0,7%, ou 32 mil vagas criadas. Com exceção de indústria, que apresentou queda de 0,5% no nível de emprego, tanto serviços (1,1%) quanto comércio (1%) tiveram alta. Gastos com salários tiveram recuo de 2,5%.

Perspectivas

As micro e pequenas empresas não devem repetir no segundo semestre o bom desempenho apresentado no primeiro semestre deste ano com relação ao faturamento. De acordo com o Sebrae, o ritmo de crescimento dos pequenos negócios deve sofrer desaceleração em função do aumento dos juros, câmbio desfavorável para contratos de exportação, base de comparação mais alta e queda no rendimento médio do trabalhador (-1,8% segundo pesquisa do IBGE). O resultado do primeiro semestre, porém, será suficiente para que o ano de 2005 se encerre com desempenho positivo para as micro e pequenas empresas, segundo informou o Sebrae-SP.

De acordo com a entidade, o ritmo de crescimento dos pequenos negócios está diretamente ligado à atividade no mercado interno, que, por sua vez, depende da evolução da massa de rendimento dos ocupados. Este indicador apresentou crescimento nos últimos meses, mas caso sofra estagnação, como espera o Sebrae-SP, poderá causar problemas para o faturamento das micro e pequenas empresas.

Anne Warth

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