18 de novembro de 2005

Marinho descarta propostas para mínimo e IR


A pouco mais de uma semana da chegada das centrais sindicais para manifestação em Brasília, o ministro e ex-sindicalista Luiz Marinho (Trabalho) descartou ontem a possibilidade de o governo aceitar a proposta das entidades para o reajuste do salário mínimo e a correção do Imposto de Renda de pessoas físicas.
As centrais já fecharam questão e reivindicam que o salário mínimo seja elevado, em maio, dos atuais R$ 300 para R$ 400. Os sindicalistas também pressionarão o governo a corrigir a tabela do IR em cerca de 13% a partir de janeiro do ano que vem.
“Isso não é possível” e “talvez não seja o caso” foram as expressões usadas por Marinho, ao ser questionado se o mínimo poderia ser reajustado para R$ 400 e se a correção da tabela reporia a inflação acumulada em 2004 e neste ano. Para ele, não há folga no Orçamento de 2006 para atender ao pedido das centrais sindicais.
Ele disse que não fará uma proposta isolada para a correção do mínimo e da tabela. “Haverá uma proposta de governo.” Marinho tem afirmado, porém, que acha pouco o aumento do piso salarial para R$ 321, valor previsto na proposta de Orçamento para 2006. Ele já chegou a dizer que um aumento de 10% seria insuficiente, mas não se comprometeu com nenhum número. Sobre a tabela do IR, Marinho tem dado sinais de que ficará abaixo de 10%.


Imposto sobre heranças
Ontem, o ministro disse ser simpático à taxação de heranças para subsidiar o aumento do piso salarial. Mas acrescentou que essa é uma discussão que tem de ser feita pelo Congresso Nacional. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) propõe que seja cobrada, uma única vez, uma contribuição sobre grandes fortunas.
“Defendo rediscutir a questão tributária. É preciso discutir a carga de alguns setores. Quem está tendo lucros muito altos, é porque está contribuindo pouco. O setor financeiro é um exemplo.”
Segundo o ministro, as negociações com as centrais só começam no próximo dia 29, quando deverá haver uma reunião dos sindicalistas com ele e os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil). Ele adianta que a decisão deverá ser tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro.
Em 2004, o ministro -então presidente da CUT- liderou campanha pela correção da tabela e o aumento do salário mínimo. O resultado foi uma correção de 10% neste ano e a elevação do mínimo de R$ 260 para R$ 300. (JS)

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