24 de novembro de 2005

Revolta contra impostos supera críticas

A posição é unânime em todo o País: não dá mais para agüentar a absurda carga de impostos lançada sobre os ombros das empresas brasileiras. Em Santa Catarina, uma pesquisa com executivos e empresários que cursam MBAs da Fundação Getulio Vargas revela que 89,1% consideram urgente a reforma tributária. O peso representado pela carga tributária é tão grande que supera em muito as reclamações contras os juros altos e as leis trabalhistas, outros dois fatores amplamente apontados como fonte da estagnação econômica brasileira. Apesar do governo, a grande maioria das empresas pretende aumentar os investimentos em 2005.


A pesquisa envolveu 130 empresários e executivos catarinenses que cursam MBAs na Fundação Getulio Vargas em Blumenau. Para 77,3% dos entrevistados, o ano de 2004 foi melhor que 2003. E as perspectivas para 2005 são ainda melhores: 87,6% acreditam que o próximo ano será melhor que o atual para os negócios. Essa avaliação positiva se reflete também nos planos de crescimento. Um total de 54% dos entrevistados informou que suas empresas pretendem investir mais no próximo ano, enquanto que 35% pretende manter os investimentos nos mesmos patamares de 2004. Apenas 10,5% afirmaram que suas empresas irão reduzir os investimentos.


Marcelo Castro, coordenador dos cursos da FGV em Blumenau, explica que a pesquisa foi feita junto a alunos dos sete MBA atualmente em andamento. “Trata-se de um público qualificado, formado por profissionais com curso universitário completo que atuam em áreas como marketing, finanças, exportação, vendas, tecnologia da informação e administração”. A pesquisa envolveu também questões sobre reformas, entraves ao crescimento e avaliação da política econômica do governo. 


Os executivos e empresários ouvidos apontaram a reforma tributária como sendo a mais urgente e consideram que a ingerência do governo é o maior entrave para o crescimento dos negócios. A política econômica do governo também foi avaliada. “A pesquisa revela que as empresas da região conseguem produzir, competir e crescer mesmo enfrentando vários obstáculos que têm origem fora do mercado. Os dados reforçam a necessidade de reformas urgentes no conjunto de leis que sufocam as empresas e retardam o crescimento”, assinala Marcelo Castro.


REFORMAS


A FGV solicitou aos executivos também uma avaliação do impacto das principais reformas previstas na legislação brasileira. Para 89,1%, a reforma tributária é a mais urgente para o crescimento dos negócios. A reforma trabalhista foi considerada a mais urgente por 8,5% dos entrevistados, enquanto que a reforma do Judiciário foi citada por apenas 2,3%


ENTRAVES



Com relação aos principais entraves para a expansão dos negócios,  40,3% responsabilizaram o governo, criticado pela burocracia e o excesso de impostos. Outros 29% creditam as dificuldades a fatores ligados ao mercado, enquanto que 16% queixaram-se da falta de profissionais qualificados, Os juros altos foram citados por apenas 4%.


MÉDIA 6,8 PARA PALOCCI


A política econômica do Governo Lula recebeu avaliação razoável. Na escala de 1 a 10, o governo recebeu nota 7 por parte de 37,6% dos entrevistados. Em seguida apareceu a nota 6, concedida por 21,5%  Na média, a avaliação do governo foi de 6,8.
 

Comentários

Deixe um comentário

Icon mail

Mantenha-se atualizado

Cadastre-se e receba nossos informativos