23 de outubro de 2006

Vem aí o telefone total flex

Vem aí o telefone total flex


Manter o número mesmo mudando de operadora é um direito do usuário, mas a discussão sobre a chamada portabilidade não tem atraído participação dos consumidores. Até novembro ainda há tempo


 
Em dois anos, os clientes terão o direito de manter os números de seus celulares e telefones fixos mesmo que mudem de operadora. Esse direito estava previsto nos contratos assinados entre a União e as empresas desde 1998, ano da privatização, mas apenas agora sairá do papel. Mesmo sendo incontestável a vantagem que o fim das amarras às operadoras trará para o consumidor, o assunto ainda provoca muitas dúvidas. Em grande parte porque o olhar técnico da Anatel nem sempre é capaz de solucionar impasses do ?mundo real? que povoam a mente dos clientes.


A agência se mantém aberta para consultas e sugestões dos consumidores, mas o problema tem sido convencê-los a participar da discussão. Em Brasília, por exemplo, apenas um consumidor compareceu à audiência pública organizada pela Anatel para expor suas idéias sobre o assunto. O servidor público Nilceu dos Santos Júnior levantou importantes questões que não estavam previstas no texto apresentado pela agência, mostrando que a participação da sociedade pode ser bastante positiva para que o serviço funcione bem no futuro.


Santos Júnior teme, por exemplo, que algumas promoções deixem de existir com a entrada da portabilidade. Um exemplo são os descontos para ligações entre telefones da mesma operadora de celular. Como a malha de telefones da empresa vai mudar constantemente, inclusive alterando os prefixos dos telefones, é provável que as operadoras eliminem esse tipo de desconto. Dúvidas como essa ainda precisam ser esclarecidas e ajudam na construção de uma regra mais clara para o consumidor. Por isso, a própria agência tem incentivado a participação da população, que ainda pode mandar suas dúvidas e sugestões durante quase todo o mês de novembro (ver quadro).


?Isso (a portabilidade) vai mexer com a vida das pessoas e é importante que elas participem. Senão, acaba valendo só a opinião das empresas?, afirma o servidor público, que virou um símbolo da participação do usuário depois da audiência na sede da Anatel. Santos Júnior tem uma boa definição do que a portabilidade significará para os clientes. ?Ela vai ser o total flex das telecomunicações?, afirma, comparando o novo serviço à revolução dos carros que aceitam mais de um combustível.


A opinião do coordenador do grupo de implementação da portabilidade, Luiz Antônio Vale Moura, é bem parecida com a do consumidor nesse aspecto. ?A portabilidade significa para o usuário de telefonia o mesmo que a carta de alforria foi para os escravos?, avalia. A expectativa da Anatel é que essa nova facilidade aumente a competição entre as empresas, melhorando o serviço, o atendimento e até mesmo os preços da telefonia. ?A Anatel espera que a portabilidade inaugure uma nova fase na relação entre empresas e usuários.?
Fonte: Correio Brasiliense (23/10)

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